Minha sabedoria é ignorar as minhas originais certezas. O que interessa não é a língua materna, mas aquelas que falamos mesmo antes de nascer.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
domingo, 2 de junho de 2013
Resenha: Sob a redoma - Stephen King
O Big Brother de Stephen King…
King dispensa apresentações, autor de diversos sucessos e figura obrigatória nas prateleiras dos leitores mais ávidos, o mestre em gerar medo e criar mitos já é uma lenda vida. Em seu último romance lançado no Brasil, Stephen mostra que muitas vezes o ser humano é mais assombroso que o sobrenatural. E é esse o grande barato de Sob A Redoma.
Na trama, em um dia como outro qualquer em Chester’s Mill, no Maine, a pequena cidade é subitamente isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela veio e quando — ou se — ela irá desaparecer.
A forma como os moradores da cidade lidam com essa chamada “crise” é o tema central do livro. O confinamento faz os medos, receios, defeitos e passados se emergirem ao extremo ao tentar lidar com a situação, diretrizes e regras impostas pelo espaço.
O que vemos é uma interessante análise do poder, cheia de claras críticas ao governo Bush. Uma potente reflexão sobre as ações humanas. E uma narrativa que beira a perfeição, com ótimos personagens.
A leitura de Sob a Redoma é muito gostosa porque é ágil. A fagulha que dá origem ao caos total vai se desenrolando aos nossos olhos até chegar ao ápice. É como um reality show, mas sem o chato do Pedro Bial.
(Texto de Ícaro Guimarães)
(Texto de Ícaro Guimarães)
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Resenha: O lado bom da vida, Matthew Quick
É interessante começar a resenha ressaltando o quão seletiva é a editora Intrínseca, que vêem trazendo para o mercado nacional grandes e curiosos títulos como A culpa é das estrelas, Os deixados para trás, Mathilda Savitch, o estrondoso sucesso Cinqüenta tons de cinza, e ,é claro, O Lado bom da vida.
O lado bom da vida (Ótimo e inteligente título nacional) conta a história de Pat Peoples, um homem que acabou de sair de uma clínica psiquiátrica e acredita que finalmente vai conseguir voltar para sua esposa. Sua ideia de tempo foi alterada e ele perdeu boa parte da memória, mas faz seu caminho, contra tudo e todos, acreditando cegamente no seu final feliz. Nessa jornada ele conta com ajuda de sua família, do seu terapeuta e uma inusitada nova amiga.
O livro é narrado em primeira pessoa, então durante 254 páginas entramos na mente instável de Pat que oscila entre momentos de fúria, descobertas e muitos, muitos questionamentos.
O relacionamento de Pat com Tiffany ( sua amiga inusitada) é algo muito singular, diferente de tudo que eu já tinha lido e visto, e isso me agradou muito. Afinal, pode- se esperar tudo de duas pessoas problemáticas, e o autor nos entrega situações realmente engraçadas.
A adaptação cinematográfica chegou fazendo barulho, recebeu um total de oito indicações para o Oscar e tornou-se o primeiro filme a concorrer em todas as quatro categorias de atuação (melhor ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante) em mais de 30 anos.
Eu acredito que o filme funcione mais para quem não leu o livro, e ainda que a escalação dos atores seja muito boa, há diversas mudanças no roteiro que pode incomodar os mais críticos (como eu).
No mais, toda a obra desperta sentimentos positivos em você. É um romance que não apela em momento algum para tragédias ou dramas irreais. O que vemos ( ou lemos) são pessoas que lutam para seguir suas vidas, como nós. E nos ensina a tentar ver o sol por trás de uma nuvem de chuva, buscando assim o lado bom da vida.
(Texto de Ícaro Guimarães)
O lado bom da vida (Ótimo e inteligente título nacional) conta a história de Pat Peoples, um homem que acabou de sair de uma clínica psiquiátrica e acredita que finalmente vai conseguir voltar para sua esposa. Sua ideia de tempo foi alterada e ele perdeu boa parte da memória, mas faz seu caminho, contra tudo e todos, acreditando cegamente no seu final feliz. Nessa jornada ele conta com ajuda de sua família, do seu terapeuta e uma inusitada nova amiga.
O livro é narrado em primeira pessoa, então durante 254 páginas entramos na mente instável de Pat que oscila entre momentos de fúria, descobertas e muitos, muitos questionamentos.
O relacionamento de Pat com Tiffany ( sua amiga inusitada) é algo muito singular, diferente de tudo que eu já tinha lido e visto, e isso me agradou muito. Afinal, pode- se esperar tudo de duas pessoas problemáticas, e o autor nos entrega situações realmente engraçadas.
A adaptação cinematográfica chegou fazendo barulho, recebeu um total de oito indicações para o Oscar e tornou-se o primeiro filme a concorrer em todas as quatro categorias de atuação (melhor ator, atriz, ator coadjuvante e atriz coadjuvante) em mais de 30 anos.
Eu acredito que o filme funcione mais para quem não leu o livro, e ainda que a escalação dos atores seja muito boa, há diversas mudanças no roteiro que pode incomodar os mais críticos (como eu).
No mais, toda a obra desperta sentimentos positivos em você. É um romance que não apela em momento algum para tragédias ou dramas irreais. O que vemos ( ou lemos) são pessoas que lutam para seguir suas vidas, como nós. E nos ensina a tentar ver o sol por trás de uma nuvem de chuva, buscando assim o lado bom da vida.
(Texto de Ícaro Guimarães)
domingo, 10 de março de 2013
Resenha: A Possessão do Sr. Cave - Matt Haig
Apesar de todos os indícios, este não é um livro com exorcismo e cabeças girando 360 graus. Ele fala de morte e de como o luto pode mudar a mente daqueles que estão sob este processo natural da vida.
A escrita é feita em forma de carta por Terecence Cave desde o momento em que perde seu filho Reuben, irmão gêmeo de Briony. Quando uma mulher perde o esposo é chamada de viúva, quando um filho perde os pais é chamado de órfão, mas quando Terence perde seu filho, vítima de bulliyng, não há nomenclatura.
O Sr. Cave já é viúvo e agora a única coisa que lhe resta no mundo é Bryony, uma jovem dotada de dom musical; Que a qualquer custo será protegida por seu pai. É aí que reside a trama principal, a superproteção.
A escolha do sobrenome do personagem, caverna em inglês, deixa bem claro que Terence está vazio e ao longo da trama vai se enchendo de medo e do desejo de controlar a vida da filha em todos os aspectos possíveis. Como criar algo sem saber tudo sobre a criatura? Esse é o peso sobre as costas de Terence que vai sendo jogado sem medida para o leitor.
A possessão do título refere-se tanto à loucura que vai tomando conta das atitudes do Sr. Cave quanto dos flashes que ele vai tendo da vida do filho falecido. Vale dizer que isso não é spoiler, já que o suspense da trama está na tentativa de descobrir se é real ou está acontecendo dentro da mente perturbada de nosso personagem, não pude deixar de lembrar Outra volta do parafuso de Henry James.
O clima do livro é cinzento, assim como a Inglaterra e a maioria dos dramas envolvendo perda, e aqui aproveito para indicar outras duas obras que tocam esse assunto: Precisamos falar sobre o Kevin e Mathilda Savitch.
É um livro de terror. Terror de coisas possíveis que podem chegar para qualquer ser humano vivo.
domingo, 30 de dezembro de 2012
Resenha: Barbolandia – A fuga do herdeiro (Bruno Melo)
“O que eu queria era viver minha vida como se ela não estivesse pronta. É difícil de explicar-lhes agora, mas é isso.”
A quebra da harmonia se dá pela fuga do jovem Ryan Day de sua vida fútil com a Dinastia Day – sua família riquíssima-, daí em diante é perseguido por mendigos, encontra piratas, é aterrorizado por uma gangue e até mesmo por um tornado.
O livro podia muito se passar no Brasil, tendo a acreditar que os autores nacionais deveriam valorizar um tantinho mais da nossa cultura quando possível, mas não muda em nada o aproveitamento da obra.
Logo de cara o leitor é avisado que um livro bom não precisa ser curto ou extenso, mas sim interessante, neste volume (o primeiro da série Barbolandia) o fim é corrido e o clímax esperado não acontece, mas ainda estou achando que essa parte estava no meio da obra e eu acabei perdendo.
80 páginas passam rapidinho e as ilustrações do texto são agradáveis, mesmo assim acredito que um livro só, maior, poderia conter a história completa de Ryan e seus amigos aventureiros sem desgastes ao longo da leitura.
Ainda em tempo queria parabenizar o autor, que é jovem e abriu a Barbo House (editora) para poder divulgar a obra, não é fácil escrever no Brasil e muito menos entrar no mercado editorial.
Livros Lidos em 2012
Janeiro
1.
Melissa
Anelli – Harry e seus fãs
2.
Philip
Ardagh – Fim Medonho
Fevereiro
3.
Lemony
Sniclet – O elevador ersatz
4.
Henry
James – Outra volta do parafuso
5.
William Shakespeare – A tempestade
Março
6.
Charlaine
Harris – Vampiros para sempre
Abril
7.
George
R. R. Martin – A fúria dos reis
Maio
8.
Cristiano
Rosa (Org.) – Crônicas da Fantasia
Junho
9.
Carrie
Jones – Instintos cruéis.
10.
Haruki
Murakami – Do que eu falo quando eu falo de corrida
Julho
11.
Jennifer
Egan – A visita cruel do tempo
12.
Paula
Parisot – Gonzos e parafusos
13.
Carlos
Ruiz Zafón – O prisioneiro do céu
14.
Caio
Fernando Abreu – Onde andará Dulce Veiga?
Agosto
15.
Laurell
K. Hamilton – Prazeres malditos
16.
Neil
Gaiman - Deuses americanos
17.
Felipe
Pena (Org.) – Geração subzero
18.
A.G.
Roemers – O retorno do jovem príncipe
19.
Joe
Hill – O pacto
20.
Martha
Medeiros – Fora de mim
Setembro
21.
Pablo
Neruda – Cem sonetos de amor
22.
Raphael
Montes – Suicidas
23.
Derek Fagerstrom /
Lauren Smith– Veja como se faz
24.
John Green – A
culpa é das estrelas
25.
Maggie Stiefvater
– A corrida de Escorpião
Outubro
26.
A fantástica literatura queer –
Amarelo
27.
E L James –
Cinquenta tons de cinza
28.
Victor Lodato –
Mathilda Savitch
29.
Caio Fernando
Abreu – Limite Branco
30.
Tom Perrotta – Os
deixados para trás
31.
Chelsea Handler - Minha vida na horizontal
32.
Stephen King –
Tripulação de esqueletos
Novembro
33.
David
Nicholls – Um dia
34.
Alessandra
Safra – dedos não brocham
35.
E
L James – Cinquenta tons mais escuros
36.
Martha
Argel – O vampiro da Mata Atlântica
37.
Ian
McEwan – Na praia
38.
Fernando
Pessoa – Quando fui outro
39.
Rodrigo
Rosp (Org,) – 24 letras por segundo
Dezembro
40.
Jim Anotsu – A morte é legal
41.
Georgette
Silen e Eduardo Bonito (Org.)- Angelus: Histórias fantásticas de anjos
42.
Dan
Brown – O símbolo perdido
43.
G.
R. R. Martin – A tormenta de espadas.
44.
Bruno
Melo – Barbolandia: A fuga do herdeiro
45. Rebecca Stead - Amanhã você vai entender
45. Rebecca Stead - Amanhã você vai entender
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Os cinco melhores livros de 2012
Oi galera, fim do ano e do mundo se você acredita nessas coisas, hora de fazer as retrospectivas. Decidi escolher os 5 melhores livros que li durante o ano, o que é uma grande coisa, no início minha meta estipulada eram apenas 12 títulos, mas fechei com 46 obras devidamente lidas e apreciadas.
As minhas opiniões abaixo são simples já que sou um simples estudante de Farmácia, não espere resenhas dignas de revista especializada em Literatura.
1. Jennifer Egan, A visita cruel do tempo.
Minha primeira incursão aos ganhadores do Pulitzer não poderia ter sido melhor. O livro é uma obra-prima em todos os aspectos e inesquecível em vários níveis. Cada capítulo é um conto independente com personagens e narrativas diferentes (isso incluí primeira, segunda e terceiras pessoas e uma feita com slides). A trama cobre uns cinquenta anos e termina num futuro não muito distante, bem pé no chão.
Uma pérola para fãs de música também, já que é ela a alma os textos. Entrou para a lista dos meus favoritos e isso já quer dizer muita coisa, ao menos para mim.
2. John Green, A culpa é das estrelas.
Ownnnn, é isso que sinto quando lembro de A culpa é das estrelas. O sucesso começou com o autor que conseguiu divulgar em peso o livro através da internet e depois ela se manteve pela qualidade FOFA.
A narradora é Hazel, ela tem câncer. Acho que isso seria o bastante para explicar tudo, mas... você se apega aos personagens e vive intensamente com eles.
Eu ri, chorei e copiei lindas passagens que marcam o leitor. Não é um livro sobre morrer, mas de como viver.
Parece, mas não é a biografia da famosa Samara de O Grito. É, sim, um clássico da literatura de suspense que nesse caso usa fantasmas\loucura. A história é narrada por uma governanta responsável por cuidar de duas crianças mais assustadoras que os dois supostos fantasmas que aparecem na história.
No fim o autor é responsável pelo desfecho, psicológico ou sobrenatural do caso.
"Se uma criança aumenta a emoção da história e dá outra volta ao parafuso, que diriam os senhores de duas crianças?"
4. Jim Anotsu, A morte é legal.
Odeio comparações, principalmente se elas se referem à mim no pejorativo, mas desde sempre eu disse e continuo dizendo: Jim Anotsu é o Neil Gaiman brasileiro.
Se você quer muito alguma coisa, uma das maneiras de consegui-lá é encontrando os três nomes do gato, uma criatura poderosa e antiga; E assim Andrew e a filha mais nova da Morte entram em várias aventuras e disputas que podem acabar mal. Cheio de referências pop, texto leve e bem escrito, o segundo livro do mineiro mais misterioso de todos os tempos é diversão na certa, para adultos, crianças e pandas.
5.Victor Lodato, Mathilda Savitch.
No fim o autor é responsável pelo desfecho, psicológico ou sobrenatural do caso.
"Se uma criança aumenta a emoção da história e dá outra volta ao parafuso, que diriam os senhores de duas crianças?"
4. Jim Anotsu, A morte é legal.
Odeio comparações, principalmente se elas se referem à mim no pejorativo, mas desde sempre eu disse e continuo dizendo: Jim Anotsu é o Neil Gaiman brasileiro.
Se você quer muito alguma coisa, uma das maneiras de consegui-lá é encontrando os três nomes do gato, uma criatura poderosa e antiga; E assim Andrew e a filha mais nova da Morte entram em várias aventuras e disputas que podem acabar mal. Cheio de referências pop, texto leve e bem escrito, o segundo livro do mineiro mais misterioso de todos os tempos é diversão na certa, para adultos, crianças e pandas.
5.Victor Lodato, Mathilda Savitch.
Uma distopia da mente. Mathilda é uma adolescente que enfrenta a morte da irmã mais velha, um mundo cheio de terrorismo e uma família que se mantém em pé com a mesma força de uma gelatina.
Lodato consegue descrever perfeitamente os sofrimentos de qualquer jovem tentando encontrar um ponto de encontro dentro de si e no mundo.
Uma leitura tão agradável e bem trabalhada, dentro dos aspectos propostos que acabei me surpreendendo com o fim, previsível ou não, para outros leitores.
Bem, essas são minhas dicas de leitura para quem precisa ou não delas.
Desejo um 2013 cheio de saúde e livros, o resto a gente inventa.
Lodato consegue descrever perfeitamente os sofrimentos de qualquer jovem tentando encontrar um ponto de encontro dentro de si e no mundo.
Uma leitura tão agradável e bem trabalhada, dentro dos aspectos propostos que acabei me surpreendendo com o fim, previsível ou não, para outros leitores.
Bem, essas são minhas dicas de leitura para quem precisa ou não delas.
Desejo um 2013 cheio de saúde e livros, o resto a gente inventa.
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