Fome é basicamente o desconforto causado pela necessidade de se alimentar e é sobre este sentimento que este livro discorre.
Em um mundo pós-apocalíptico, semelhante ao criado por Comarc em A Estrada, onde não sabemos o que aconteceu com o planeta, mas o fato é que a última coisa comestível que sobrou são, literalmente, outros humanos. A dúvida em torno de como o futuro tornou-se distópico não é importante e nem chega a incomodar.
A suma da obra é demonstrar que o limite entre a selvageria e canibalismo dentro de cada um só é contido por nossas regras de sociedade atuais e disponibilidade de alimentos.
Não é um romance comum, na realidade são 15 pequenos contos apresentando personagens diferentes em situações levadas ao limite da sobrevivência. É palpável o sentimento passado pelo autor onde a fome deixa de ser um desconforto para se tornar o doloroso guia onde antes havia a famosa ‘humanidade’.
As histórias giraram centradas em tema como religião, família e sexo. Principalmente religião. E o que a fome fez com elas.
É estranho dizer que não deixa de ser uma obra de ficção-científica onde o principal tema seja na realidade a fragilidade humana, e como Stephen King diria, não passamos de saco de ossos.
O livro é bem escrito, o que compensa o final, que não me agradou e nem convenceu.
Vale a pena ler.
Tibor Moricz
128 páginas
Tarja Editorial
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Um comentário:
O título é bem sugestivo. A capa também.
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