quarta-feira, 20 de junho de 2012

Resenha: Instintos Cruéis - Carrie Jones.


                  Uma garota chata melancólica muda-se sem a mãe para uma cidade pequena (fria, nublada e bucólica) nos Estados Unidos onde criaturas lendárias vivem escondendo-se do resto da civilização. É, você já viu essa trama antes em outros incontáveis livros Young Adult de autor@s que seguiram os passos da Saga Crepúsculo, mas diferente da história criada por Stephenie Meyer, essa não funcionou.
                 Zara White é uma jovem que aprecia decorar o nome de todas as fobias existentes, tendo em mente que quando você coloca o nome em algo, isso fica menos assustador. Seu padrasto acabara de falecer e para que não acabe entrando em uma depressão ela é enviada pela mãe para morar com sua avó Betty.
                O contexto órfão/cidade nova, usado por muit@s escritor@s para colocarem a sensação de ‘não pertenço a este lugar’, comum para qualquer jovem – leitor ou não – é usada de forma errada porque a protagonista é cansativa e todos os personagens secundários parecem a mesma pessoa com a voz igual nos diálogos.
              As criaturas da vez são metamorfos transmorfos, lobisomens, Raul Seixas e pixies. Pixie é uma espécie de fada malvada cuja mitologia a autora trabalhou de maneira tão malfeita que no fim não passam de vampiros disfarçados. Aparentemente o rei dos pixies vampiros que soltam pó dourado igual a sininho e caminham na luz do sol perdeu sua rainha e está seguindo Zara, enquanto isso jovens desaparecidos na cidade  servem para saciar a sede de sangue do rei e de sua corte assustadora. As únicas defesas de Zara são o ferro e os metamorfos, protetores naturais dos humanos, blábláblá já vi isso antes. 

                Posso ser chato, mas já vi fadas muito mais originais – Tithe – Fadas ousadas emodernas, Holly Black - ou metamorfos mais legais – Os Instrumentos Mortais, Cassandra Claire. 
                Não só nas coisas inexistentes a autora é restritiva, mas também nas coisas reais como a Anistia Internacional, a ONG que Zara faz parte. Acredito que uma pesquisa mais profunda não faz mal pra ninguém. Outro ponto cansativo é a homenagem que a autora faz para Stephen King, tudo bem que ele é reconhecido mundialmente e nasceu no mesmo estado que ela, mas tem um ponto em que parei e pensei: Ok Carrie, já entendi que você é fã dele, pode prosseguir. Grato.
                A autora coloca coisas óbvias para o leitor e demora páginas desnecessárias para reafirmar certezas explícitas MENOS para a narradora songa-monga. Esse mesmo problema fez com que eu odiasse a série Fallen.   
                Como consumidor tenho um ponto bem negativo para falar quando lembro da Editora Underworld, a preocupação com o design parece muito mais importante que a responsabilidade sobre a tríplice tradução/revisão/copidesque. Já deixei de ler a versão nacional de Frente de Tempestade por encontrar erros na primeira página do livro... e por aí vai.         
                Segue um dos exemplos menos prejudiciais de todo o tomo: “Ah-ham.” Dou um segundinho antes de continuar a falar, porque eu sei que deve ela deve estar...
                O livro tem um fim bacana, original OBRIGADO CTHULHU. Mas é o fim do começo, já que é uma série que não pretendo continuar lendo. Posso ter sido extremamente crítico e deixado de aproveitar a diversão sem compromisso que talvez fosse o interesse final, mas no meu atual perfil de leitor, ‘Instintos Cruéis’ não foi uma obra agradável e sim cansativa.