Olha onde eu fui me meter mais uma vez, pensei com pessimismo assim que abri o pacote do Correio, em minhas mãos estava mais um livro – entre milhares! – que tratavam sobre vampiros, mas eu estava enganado.
Os Vampiros de Morganville I – Casa Glass da escritora Rachel Caine (Editora Underworld, 2010) tem algo de diferente. O suporte da trama principal não é feito por um romance sobrenatural repetido incansáveis vezes desde que Bella e Edward se encontraram em Forks.
Claire é a personagem principal, uma garota inteligente de dezesseis anos que vai estudar na universidade mais próxima de sua casa, na misteriosa cidade de Morganville.
Nem bem ela se acostuma com o novo ambiente e já começa a sofrer bullying vindo da patricinha e psicopata Mônica e suas amigas. Com medo de ser assassinada durante a noite ela encontra refúgio na Mansão Glass ao lado de Eve, Michael e Shane.
Para uma garota que passou a vida em uma solidão profunda três novos amigos parecem ser um grande presente do destino. Eve é uma gótica que trabalha em um café no turno da noite, Michael é um ótimo músico que desaparece durante o dia – literalmente! – e Shane é um ser humano composto de músculos e nenhum cérebro, diga-se de passagem.
Onde estão os vampiros então? Bem, eles estão onde deveriam estar o tempo todo na literatura para os moralistas, criando pânico. A cidade funciona em uma hierarquia onde não se sabe quem é o chefe.
Há toque de recolher, algumas famílias devem fazer doações quinzenais de sangue e para não ser atacado do nada você precisa de Proteção de algum sanguessuga. No meio da história também existe espaço para magia e vidência.
Alguns comportamentos de Claire não combinam com seu elevado QI, o que faz muitos torcerem o nariz para a solidez do personagem, mas eu me pergunto, não somos assim também?
Não é um dos mais bem escritos livros ou uma das melhores obras de todos os tempos, mas é um bom entretenimento para depois que se chega cansado da faculdade e o seu único desejo é esquecer um pouco da realidade. Nem que você não lembre o nome dos personagens depois que se fechar o livro.
A melhor parte, talvez seja a recorrente sensação de perigo inevitável que espreita todos em Morganville e que faz Claire e o leitor ficarem sufocados. Aquele sentimento que só consegue ser despertado pelos melhores filmes de thriller.
O término do livro é digno de um fim de uma temporada de seriado norte-americano onde você diz: PQP eu tenho que ver o que acontece em seguida! Detalhe que pode aguçar a curiosidade de alguns ou criar um ódio eterno para outros...
Partindo do princípio que a série mais longa que já me aventurei a ler e ainda não terminei foi Desventuras em Série (com 13 volumes) e esta pretende trazer 12 títulos, pra terminar esta resenha pergunto: Quem terá mais fôlego para estas aventuras, eu ou os personagens?