segunda-feira, 29 de março de 2010

Placas Nerds - Meu quarto com muito estilo...


Pelo twitter encontrei muita gente bacana e original, um dos casos é chamado Pablo Sica. Ele faz adesivos e placas com temática geek para todos os gostos.
Com a bagatela de 20 reais comprei duas placas para a porta do meu quarto, uma do Gandalf - "You shall not pass"- do autor J. R. R. Tolkien e outra com a ameça do famoso Cthulhu - o deus extraterrestre - de H. P . Lovecraft.

Clicando aqui você poderá conhecer as placas de port e os adesivos de Star Wars, Iniciativa Dharma(seriado Lost), cultura cult e zumbies.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Annabel e Sarah, de Jim Anotsu

Não vou dizer que a capa tem muito estilo e o projeto gráfico teve sucesso na originalidade. Mas, oh, já disse.

Vamos aos pormenores. Annabel e Sarah são irmãs gêmeas que moram em Londres, filhas de pais separados. Annabel mora com o pai, um cinegrafista. Sarah mora com a mãe, uma cirurgiã plástica.

Annabel pinta o cabelo de preto, usando repicado. Prefere calças jeans e tênis All Stars. Enquanto Sarah é loira, doce e chega a pingar açúcar.

O autor não aprofundou muito a personalidade dos personagens, mas eu não o culpo. Descobri que o livro tinha o intuito de atingir as crianças de 10 anos. Mas ficaria muito melhor se no fim sentíssemos um forte apego por certo personagem, isso poderia ter sido feito nas primeiras páginas da obra em que o ritmo da fantasia não tinha aparecido ainda.

Sarah é puxada para dentro de uma Tv por duas mãos. Annabel vai ao seu encontro.

Com a promessa de que terá sua irmã de volta se encontrar a Flor Amor Perfeito e entregá-la para a misteriosa Estrela-da-Manhã.

A ironia

”A moda atualmente é o escárnio sutil. Se por um lado não é muito diferente do escárnio habitual , por outro tem uma sonoridade mais agradável...”(pg.14)

O livro tem bons momentos de ironia e respostas nada sutis, na realidade as crianças que aprenderem com Annabel essa arte, estão em boas mãos.


A rede invisível de alusões


Para os mal avisados,passará sem ser notados todas as homenagens descaradas que autor faz. Nãoacredito que ele teve a intenção se fazer parecer com Alice do famoso Carrol. Para os bibliófilos é comum fazer comparações com outras obras, mas isso cai por terra bem rapidinho.

Jim Anotsu conseguiu ser muito eficiente em fazer um mix com música, literatura e mistério.

Enquanto Sarah vai parar em uma cidade chamada Allegria onde as pessoas comem uma torta de morangos para ficarem felizez (ok, isso soou um pouco da Soma de Aldous Huxley, mas vai dizer que não conhece ninguém que toma antidepressivo?!), o fato é que Allegria vai tornando-se um antro de angústia tanto para Sarah quanto para o leitor. Afinal, chorar e reclamar é uma coisa muito boa e ser feliz o tempo todo é ruim.

Antes de saírem do mundo real elas compram biscoitos da sorte em uma caixinha em forma de coração, o título do capítulo é Caixa em forma de coração(Ouçam a música do Nirvana, Heart Shaped Box)

Annabel, por sua vez, vai para em uma cidade chamada Keurouac(homenagem ao autor Jack Keuroac?, autor do conhecido On the road), onde os seres humanos são vistos como selvagens ou alimento. Os animais falam e agem como humanos, ela encontra o simpático Dean Chinaski, a raposa que a leva até Op Spade, um lobo detetive.

"A mesa estava abarrotada de pastas amareladas e havia uma estátua de falcão feita de obsediana."(pg.62)

O Falcão Maltês é um livro obrigatório para todos os fãs de literatura policial, escrito por Dashiell Hammett que nos apresenta o detetive Sam Spade.

O cinema também está presente no capítulo Corra, Sarah! Corra!. A ssistam o filme Corra, Lola, Corra.


O autor deve ter tido algum trabalho ao conseguir equilibrar a mesma quantidade de ação em ambos os capítulos, já que um nos leva ao ar noir e investigativo de Keuroac e o outro para a colorida Allegria.


Por fim digo: A originalidade do autor brasileiro que usa o psedônimo de Jim Anotsu será muito bem vinda em um próximo romance. Torço que mais adulto! Palmas.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Resenha: Os dias da peste


Um segredo: Na maioria das histórias de ficção-científica, para mim era comum ter que voltar alguns trechos para entender completamente o significado da passagem.
Neste livro não foi necessario voltar nenhuma vez.

Decidi ler o livro de Fábio Fernandes depois de ler o conto A Biblioteca no Fim do Mundo, que de certa forma se encaixa nesta utopia distópica ou distopia utópica...
A obra trabalha a partir do ponto de vista do personagem principal, Artur. Professor universitário e técnico em computadores.
Artur nos narrar através de um diário hibrído, um blog e podcasts os acontecimentos do mundo.

O diário hibrído é parte de um blog e parte papéis com anotações. Nele Artur faz sua apresentação, visão de mundo e os acontecimentos do ano 2010, onde aparentemente um vírus faz com que os computadores mantenham-se ligados mesmo sem estarem na tomada ou fazerem outras coisas anormais.
O blog narra os eventos de 2013 e as mudanças que o mundo sofreu depois do Despertar em 2010, o evento que fez com que as máquinas tivessem adquirido consciência. Agora os humanos se reportam a elas como Inteligências Construidas, em certos aspectos elas lembram os daemons criados por Philip Pullman, já que ficam com os donos dos objetos onde despertaram.
2016 - Os podcasts são narrados por um Artur diferente do começo, agora ele é um tecnoxamã. Trabalhando para uma empresa e é responsável por cuidar de pessoas "infectadas" por um vírus capaz de apagar a memória dos humanos. Sim, a humanidade parte para um futuro onde pode-se armazenar a inteligência construida em um dispositivo colocado dentro do crânio.
No fim do livro o conceito de nanotecnologia começa a espantar o leitor mais observador para um perigo comum. Máquinas usando nossos corpos para viver...

O princípio do livro é que estamos no ano de 2109 e que Dias de Peste é na verdade uma coletânea de informações de um passado muito diferente escritos por Artur. Os rodapés durante grande parte da obra são como links para informações estranhas como gírias e personagens que nunca ouviram falar.
Conforme o livro avança a angústia vai tomando conta dos leitores que não se veem sem a tecnologia atual (como eu :p), mas links tiram boas risadas tentando decifrar coisas comuns para nossos dias.
Fábio Fernandes é um professor(e tradutor de Laranja Mecânica entre outros, morram e inveja!) a obra deixa isso transparecer com facilidade, ela é recheada de referência cyberpunk, literárias, histórica e pop. Ele trabalhou muito bem com a sociologia, ciência e religião sem ser cansativo(meu professor de Fundamentos Sócio-Antropológico irá se apaixonar por um trechinho da página 104 sobre os nativos da internet).
Parábens ao escritor, que venham os próximos livros!


Os dias de peste
Fábio Fernandes
Editora Tarja Editorial
184 páginas.

sábado, 6 de março de 2010

Resenha: Paradigmas 1


Abra as portas. Quebre os paradigmas!

Que convite absolutamente charmoso para iniciar um livro repleto de contos com os estilos mais apreciados pelo meu cérebro nerd.O livro é da Tarja Editorial, organizado por Richard Diegues. Vamos aos comentários conto-a-conto:


MAINI-IN Express > Richard Diegues

Bem melhor do que o conto do quarto volume, que se passa no mesmo universo que este, teve um forte apelo de tecnologias envolvidas em uma futura empresa de entregas em que os “carteiros” são os peões em um jogo de guerra entre países da América do Sul.


Vento, Seu Folêgo. O Mundo, Seu Coração > Jacques Barcia

Eu confesso que tive que dar um “gloogle it” antes de ter coragem de comentar este conto. O autor quis trazer para o nosso contexto dois épicos indianos: Mahabharata e Ramayana. Sinceramente, ainda estou digerindo a história. Tem guerra, nomes estranhos e explosões.


Um Forte Desejo > M. D. Amado

Assim como o conto Fogo de Artifício este traz uma forte marca de sexualidade bem adulta. M. D. Amado mostrou que não existem apenas lobisomens nos dias de Lua Cheia.


Mendigo e o Dragão > Bruno Cobbi

Fantasia urbana. Para quem gostou de Tropa de Elite é uma boa, não pra mim.


Una > Roberta Nunes

Melhor conto desta coletânea. Una é uma extraterrestre que tem como missão levar o prazer aos mais diferentes planetas. Até chegar ao Planeta Terra e ter encontrar Ada, o nosso atual Adão.


Aqui Há Monstros > Camila Fernandes

Já conhecia os textos da autora de tempos atrás. A qualidade melhorou muito e a poesia em sua escrita também. Um náufrago em uma ilha que se apaixona por uma antiga criatura conhecida por todos os apaixonados por mitologia grega.


Fogo de Artifício > Eric Novello

O conto apresenta-nos o alter-ego do autor (espero não estar errado). O mago investigador do BEAST – Batalhão Especial de Assuntos Sobrenaturais -, Ícaro que trabalha em um caso de assassinatos cometidos pelos personagens de Alice no País das Maravilhas.

O conto nos introduz na “Torre Negra” do mundo de Novello, o bar Néon Azul, que é também o título do seu próximo romance que será lançado pela Editora Draco.


Sinfonia para Narciso > Cristina Lasaitis

Já tinha ouvido falar muito desta escritora, o prazer foi meu! Bem escrito e bem trabalhado, o problema fui eu atrás do livro, que não sou apaixonado por psicologia. Mas a história de Alberto e seu amor próprio é uma poesia para ser revisitada.


A Lenda do Homem de Palha > Leonardo Pezzella Vieira

O conto é bom. Às vezes eu até prefiro que os humanos se dêem mal em algumas histórias. Essa é uma delas, sobre um espantalho e um grupo de meninos idiotas.


A Teoria na Prática > Romeu Martins

Achei que puxou muito o saco do pessoal Terroristas da Conspiração. O conto poderia ter englobado temas melhores e mais interessantes...


O Combate > Maria Helena Bandeira

Esse conto merece aplausos, me enganou bonitinho. Pensei que era uma sociedade nos moldes gregos, pura ilusão.


O Templo do Amor > Ana Cristina Rodrigues

Ao embalo da música Temple of Love, a autora de Anacrônicas, escreveu um belo conto onde luxúria e morte divide uma fina linha.


Madalena > Osíris Reis

Madalena é uma jovem. O padre é um pedófilo. Ela é assombrada por uma criatura feroz. Ele pelos próprios desejos, sem vergonha. O conto aos poucos vai tornando-se angustiante.