quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Resenha: Paradigmas 4


Bom, como eu sempre faço as coisas pelo avesso, comecei a ler a conhecida série Paradigmas pelo último volume. Diga-se nesta passagem último tanto no sentido numérico - volume quatro - como da última coletânea que o escritor Richard Diegues irá organizar sob o título Paradigmas.
O valor baixo e as capas já são um atrativo empolgante.
As capas são obras-primas que só valorizam mais os livros, feitas pela escritora e ilustradora Camila Fernandes. Para mim soam como retalhos de sonhos sobrepostos que dizem "boas-vindas" aos leitores. (Qual escritor quer uma capa com esta qualidade, ergue o dedo!)
A valorização dos autores é visível nesta coletânea, já no começo do livro (diferente das conhecidas e taxadas 'pagou-publicou'). Desde as duas introduções que abrem o livro, seguidas com a biografia dos autores. Na abertura de cada conto há uma nota dos autores ao lado esquerdo da obra, em transversal, o que torna as histórias mais pessoais e próximas dos leitores.

São 13 contos de autores iniciantes e de outros bem experientes; o número é sugestivo, vamos as minhas conclusões de conto por conto (as conclusões são minhas, se você não concordar eu não posso fazer nada!)


Uma Flor a Gambô > Richard Diegues
Ok, ok. Tem a AIDS, tem magia, e uma ciência misteriosa. Apesar de eu não ter entendi bem o que ou autor quis passar no fim do conto. Talvez uma segunda leitura me esclareça mais...

O Diamante Laranja >Adriana Rodrigues
Uma mistura proposta pela autora de Harry Potter e Agatha Christie. O conto é bem convincente em todos os aspectos que a autora buscou trabalhar. O tema escolhido é bem simples o que tornou a história leve e agradável.

A Biblioteca no Fim do Mundo > Fábio Fernandes
Um palavra: Perfeito. Sempre fui meio preconceituoso com livros de FC brasileira(uma coisa idiota, eu admito), mas este conto me conquistou. Ele lida com o desaparecimento da raça humana da Terra e a saudade que as inteligências criadas pelo homem sentem deste.Tenho que ler
o livro de Fábio Fernandes este ano ainda.

A Mãe da Montanha das Águias > Ana Lúcia Merege
Olha quem aparece aqui no blog de novo. Agora sim posso afirmar que a Ana já tem um estilo próprio que pode ser comparado com o livro(se estiver curioso desça um pouco mais a página e leia a resenha de O Caçador). A história trabalha com uma época perdida da Pré-História onde sonhos são tão importantes para a sobrevivência quanto a caça.

A Última Prece > Rober Pinheiro
Um padre que aceita um pacto demoníaco, uma voz em sua mente e um crime. O final podia ser melhor.

Barquinhos de Papel e Outros Origamis > Sandro Côdax
Um Almirante que se vê face-a-face com o Deus Tritão, Senhor dos Mares. Espantado se refugiu em uma fortaleza longe do mar, fugindo da fúria das águas. Não deu muito certo, coitado.

A Tal Aranha-da-Lua > Carlos Abreu
Um cenário de FC misturado com os ares de investigação Noir. Não funcionou muito bem, pelo menos para mim.

12 Vidas > Leonardo Pezzella Vieira
Pra mim é o melhor conto deste volume. Tentei achar um padrão que pudesse classificá-lo; não sei se estou certo ou não, mas pelo que eu ouvi e li sobre o New Weird, este é o gênero desta obra.
O autor coloca 12 micro-contos (usando 12 personagens diferentes) em sintonia para formar um cenário de uma cidade misteriosa, que na realidade é o personagem principal.

O Evangelho Segundo Eu Mesmo > Roberta Nunes
Um Cardeal imortal que está por trás dos maiores crimes da Igreja Católica. Pessoalmente não gosto de contos deste gênero.

O Jantar > M. D. Amado
Espantoso. Quando o autor cita que teve essa ideia quando lia A Menina que Roubava Livros, eu não imagina que vinha esse conto espantoso e canibal.

Você Vai Seguir Meu Caminho? > Marcelo Jacinto Ribeiro
Um dos maiores contos do livro. Nele extraterrestre aperfeiçoam o corpo e mente de pessoas aleijadas para limpar o mundo dos criminosos. Acredito que o conto poderia ser menor e mais ágil.

O Caçador de Deus > Georgette Silen
Resumindo: Sobrenatural nos Tempos da Inquisição. Gostei, espero que a autora use o perosnagem principal em outras histórias quiçá em um romance.

O Demônio das Florestas Tropicais > Ronaldo Souza
É o conto que tem mais raizes com a cultura brasileira. Mostra o ponto de vista de um Curupira, ou, Couuru Pierr Rarr.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Caçador de Ana Lúcia Merege

Para quem correr para o fim do blog notará que o primeiro post feito foi com uma estrevista com Ana Lúcia Merege. Depois de algum tempo, digamos alguns anos, posso enfim anunciar que a obra O castelo das águias que será lançado pela Editora Draco.
Mas esta é a resenha de outra obra dela, lançada pela editora Franco. A obra entitulada O Caçador que traz como personagem principal o homem que tinha a missão de levar para a rainha o coração da jovem Branca de Neve. Eu realmente gosto de histórias com coadjuvantes de outras obras...
Se não fosse o caçador talvez nunca a jovem Cinderela tivesse perdido o famoso sapatinho de cristal, esse foi um dos momentos realmente legais do livro.
A nova roupa do rei, Bela Adormecida e Rapunzel são apenas alguns exemplos das histórias que se entrelaçam nesta obra.
Engana-se você que pensou até aqui que é uma obra para crianças no estilo de Shreck ou Deu a louca na Chapeuzinho Vermelho.
O livro traz uma escrita adulta onde divergem coisas como sexo e paixão. Leitores jovens podem ler sem problema algum, mas Ana Lúcia entra em áreas - com muito respeito, diga-se de passagem - onde outros autores não procuram ir mais afundo por medo de sexualizar a história.
Na minha opinião a terceira parte do livro, onde o Caçador toma um rumo mais seu, é a melhor fase do livro. Um toque de Jack London e sentimentos pertubadores quanto a uma garota que mora na cidade próxima a floresta em que o caçador decide morar...
Espero ansioso a próxima obra da nossa Merege, onde os personagens são totalmente criados por ela. Mais uma nota profética: Não haverá arrependimentos em ler O castelo das águias.
Fico por aqui. Boa leitura.