Ana Lúcia Merege é carioca e autora de “ O Caçador”, “O Jogo do Equilíbrio” e um ensaio intitulado “Os Contos de Fadas: origens, história e permanência no mundo moderno.”
Atualmente ela está trabalhando em uma trilogia fantástica nomeada “O Castelo das Águias”, vamos conhecer um pouco esses livros e sua autora:
Atualmente ela está trabalhando em uma trilogia fantástica nomeada “O Castelo das Águias”, vamos conhecer um pouco esses livros e sua autora:
Ana Lúcia: Bom, eu escrevo desde pequena – pequena mesmo, seis ou sete anos – mas só comecei a pensar em ter a escrita, nem direi como profissão mas como principal atividade, por volta dos 16, 17 anos. Nessa época ainda não havia me decidido pela Fantasia, preferia ficção histórica.
MM: Você é formada em quê e onde trabalha atualmente?
MM: Antes dos trinta anos você escreveu uma obra chamada “A Irmandade”, pode nos falar um pouco sobre ela?
MM: Quais histórias são contadas n’ “O Caçador” e “O Jogo do Equilíbrio”?
MM: Qual o seu autor(es) e livro(s) preferido(s)?
MM: Se você fosse uma criatura mágica, qual seria?
MM: Você acredita em magia?
MM: Hoje você está empenhada na Trilogia O Castelo das Águias. Se eles já têm
títulos, quais são elas?
MM: Quais são os personagens principais e qual deles você mais gosta?
MM: A trama se passa em uma Escola de Artes Mágicas, qual é o fio condutor da trilogia e quais são os cenários mais importantes?
Prefiro não me alongar nas tramas, mas tudo começa quando Anna aceita o convite para ser a Mestra de Sagas da Escola. A partir daí, rolam várias aventuras, um pouco de romance e alguma matéria para reflexão. Sinceramente, acho que está bem legal.
MM:Caso você use como base alguma mitologia, qual é?
MM: Veremos grandes guerras, lutas ou desafios? Você guarda algum segredo inesperado para o fim das histórias?
MM: Geralmente autores usam alter-egos como personagens, Hermione Granger é o alter-ego de J.K.Rowling, Robert Langdon é o de Dan Brown . Você já criou um personagem que fosse o seu eu literário, se sim, qual é e onde podemos encontrá-lo?
Ana Lúcia: Sim, no momento é Anna de Bryke, mas você pode encontrar reflexos meus em vários cronistas, poetas, escritores e contadores de histórias espalhados em toda Athelgard.
MM: O que esperar de “O Castelo das Águias”?
MM: Para que faixa etária esta série estará sendo destinada?
MM: Você teme ser comparada com outros autores?
MM: Qual a qualidade que você mais aprecia nas suas descrições?
MM: Existe alguma frase que você gosta de lembrar quando as certas coisas na vida não dão certo?
Ana Lúcia: Uma de Fernando Pessoa: “Deus ao mar o perigo e o abismo deu/mas nele é que espelhou o céu”.
E uma que tem numa música de Jon Anderson (ex-vocalista do Yes): “You may not always see me win/doesn´t mean I won´t be dreaming/I can stand as tall as the sky with this feeling.”
MM: Qual o seu ritmo de trabalho semanal nestes livros?
MM: Para quem será dedicado cada tomo?
MM: Já despedindo e agradecendo pela oportunidade peço que você dê uma dica para aqueles escritores e leitores que estão começando a trilhar o caminho.
Poderia dizer também para não se deixarem abater por críticas e pelo pessimismo do tipo “ninguém consegue publicar no Brasil”. O desânimo pode surgir momentaneamente, mas é preciso respirar fundo e ir em frente, acreditando que algo de bom vai acontecer. Porque, se a gente se empenhar, acontece mesmo, embora nem sempre do jeito que esperaríamos. Não desistam dos seus sonhos!
Leia abaixo um trecho do livro “O Jogo do Equilíbrio” de Ana Lúcia Merege.
- Senhoras e senhores, solicito sua atenção para a minha proposta.
Trata-se de um jogo, e vou explicar-lhes rapidamente quais são as regras.
Bem, muitos de vocês devem ter visto meus espetáculos, ao longo de vários anos, na nossa ensolarada Pwilrie. Por isso, acredito que muitos estejam pensando: “Ora, ele não está correndo riscos, está mais que acostumado a essas coisas”. Sei também que, a par dos amigos e simpatizantes aqui presentes, há entre vocês pessoas que me consideram impertinente, antipático e outras qualidades ainda menos desejáveis. De fato, sei que tenho diante de mim pessoas que adorariamme ver cair da corda durante o número.
Fiz uma pausa, olhando incisivamente para Rupert, que engoliu em seco e trocou um olhar desolado com seus amigos. Devia estar amargamente arrependido de ter feito suas bravatas diante de Luc.
- Pois bem, meus caros - prossegui, olhando por sobre a multidão. - Tendo em vista todas essas circunstâncias, decidi, pela primeira e talvez pela última vez, dar a essas pessoas a oportunidade de me ver cair - e, mais ainda, de me fazer cair -, participando ao mesmo tempo deste espetáculo. Como, vocês perguntam? Muito simples. Lá embaixo, à direita, estão meus amigos, com algumas bolas de madeira. Elas não são pesadas, mas o impacto de uma dessas bolas, atirada à distância, pode muito bem desequilibrar um homem em pé sobre uma corda tão fina como esta. Já compreendem? Vejo que muitos de vocêsjá entenderam. Pois é isso mesmo, senhoras e senhores. Por apenas um dirande bronze, ou seja, quinze pinns, qualquer um de vocês pode me atirar uma dessas bolas, e aquele que me fizer cair receberá a soma de cinco dirans de ouro. É, é claro - acrescentei, tentando me fazer ouvir por sobre os gritos excitados - os amigos também podem participar, atirando bolas para mim e não contra mim; mas aqueles a quem incomodam o meu sucesso, o meu carisma e aminha habilidade...
- Buuuuuu! - Eram as vaias bem-humoradas que eu já esperava.
- ... Para esses, haverá uma oportunidade única de me ver falhar pela primeira vez. Então? Quem é candidato a participar do jogo?
- Eu! Eu! Eu! - gritaram várias vozes, e um grande número de pessoas cercou Mariotte e os meninos. Notando a confusão, Piers e dois ou três outros amigos correram para ajudá-los, enquanto Giflet atiçava os ânimos, gritando a plenos pulmões que queria ser o primeiro a me derrubar. Naturalmente, como pouca gente sabe que passamos de rivais a amigos, muitos acreditaram que falava a sério, e correram para entregar o dinheiro e garantir sua oportunidade.
- Calma! - recomendei, erguendo os braços. Nada de tumulto, amigos. Organizem uma fila e façam suas apostas. As bolas que conseguir pegar, eu devolverei, e creio que haverá para todos os interessados. Ah, sim! Mais umacoisa. Para fazer tudo com calma, irei até o meio da corda, e só então vocês atirarão, um de cada vez. E um último favor, meus caros. Não atrapalhem os demais competidores. Àqueles que estiverem na fila, peço que esperem o seu turno, e ao restante do público peço que se abstenha de atirar seja lá o quefor, ovos, legumes, flores ou pedras. Isso, é claro, com uma exceção -acrescentei, em tom malicioso. - As belas podem começar, desde já, a atirarbeijos!
Risos e aplausos se ergueram da multidão, junto com vaias, promessas de me fazer cair e até os beijos que eu sugerira. Ri por dentro e por fora, feliz em ver que ninguém ficara indiferente. Mais uma vez, eu tinha o público na mão.
Leia abaixo um trecho do livro “O Jogo do Equilíbrio” de Ana Lúcia Merege.
- Senhoras e senhores, solicito sua atenção para a minha proposta.
Trata-se de um jogo, e vou explicar-lhes rapidamente quais são as regras.
Bem, muitos de vocês devem ter visto meus espetáculos, ao longo de vários anos, na nossa ensolarada Pwilrie. Por isso, acredito que muitos estejam pensando: “Ora, ele não está correndo riscos, está mais que acostumado a essas coisas”. Sei também que, a par dos amigos e simpatizantes aqui presentes, há entre vocês pessoas que me consideram impertinente, antipático e outras qualidades ainda menos desejáveis. De fato, sei que tenho diante de mim pessoas que adorariamme ver cair da corda durante o número.
Fiz uma pausa, olhando incisivamente para Rupert, que engoliu em seco e trocou um olhar desolado com seus amigos. Devia estar amargamente arrependido de ter feito suas bravatas diante de Luc.
- Pois bem, meus caros - prossegui, olhando por sobre a multidão. - Tendo em vista todas essas circunstâncias, decidi, pela primeira e talvez pela última vez, dar a essas pessoas a oportunidade de me ver cair - e, mais ainda, de me fazer cair -, participando ao mesmo tempo deste espetáculo. Como, vocês perguntam? Muito simples. Lá embaixo, à direita, estão meus amigos, com algumas bolas de madeira. Elas não são pesadas, mas o impacto de uma dessas bolas, atirada à distância, pode muito bem desequilibrar um homem em pé sobre uma corda tão fina como esta. Já compreendem? Vejo que muitos de vocêsjá entenderam. Pois é isso mesmo, senhoras e senhores. Por apenas um dirande bronze, ou seja, quinze pinns, qualquer um de vocês pode me atirar uma dessas bolas, e aquele que me fizer cair receberá a soma de cinco dirans de ouro. É, é claro - acrescentei, tentando me fazer ouvir por sobre os gritos excitados - os amigos também podem participar, atirando bolas para mim e não contra mim; mas aqueles a quem incomodam o meu sucesso, o meu carisma e aminha habilidade...
- Buuuuuu! - Eram as vaias bem-humoradas que eu já esperava.
- ... Para esses, haverá uma oportunidade única de me ver falhar pela primeira vez. Então? Quem é candidato a participar do jogo?
- Eu! Eu! Eu! - gritaram várias vozes, e um grande número de pessoas cercou Mariotte e os meninos. Notando a confusão, Piers e dois ou três outros amigos correram para ajudá-los, enquanto Giflet atiçava os ânimos, gritando a plenos pulmões que queria ser o primeiro a me derrubar. Naturalmente, como pouca gente sabe que passamos de rivais a amigos, muitos acreditaram que falava a sério, e correram para entregar o dinheiro e garantir sua oportunidade.
- Calma! - recomendei, erguendo os braços. Nada de tumulto, amigos. Organizem uma fila e façam suas apostas. As bolas que conseguir pegar, eu devolverei, e creio que haverá para todos os interessados. Ah, sim! Mais umacoisa. Para fazer tudo com calma, irei até o meio da corda, e só então vocês atirarão, um de cada vez. E um último favor, meus caros. Não atrapalhem os demais competidores. Àqueles que estiverem na fila, peço que esperem o seu turno, e ao restante do público peço que se abstenha de atirar seja lá o quefor, ovos, legumes, flores ou pedras. Isso, é claro, com uma exceção -acrescentei, em tom malicioso. - As belas podem começar, desde já, a atirarbeijos!
Risos e aplausos se ergueram da multidão, junto com vaias, promessas de me fazer cair e até os beijos que eu sugerira. Ri por dentro e por fora, feliz em ver que ninguém ficara indiferente. Mais uma vez, eu tinha o público na mão.
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